Chega com um atraso de três anos em relação a Suzano, a Patrulha Maria da Penha de Mogi das Cruzes, um instrumento a mais para a prevenção e o combate à violência contra a mulher. Integrantes da Guarda Municipal serão capacitados para o desenvolvimento de ações como o cumprimento efetivo das medidas protetivas expedidas pelo Poder Judiciário, mas descumpridas com facilidade por companheiros agressivos.
Suzano tem obtido bons resultados na proteção às mulheres nos últimos três anos com a manutenção de um grupo de agentes especificamente dedicados ao atendimento às vítimas. Nesse período, a Patrulha suzanense assistiu mais de 700 mulheres e prendeu agressores que dificilmente seriam flagrados sem esse tipo de serviço.
Mogi e a maioria das cidades brasileiras não estão preparadas para combater a vulnerabilidade das mulheres que mesmo tendo em mãos, a medida protetiva, que proíbe os agressores de se aproximarem delas, são violentadas ou mortas.
Na Cidade, desde a morte de Maria Luiza de Paulo, em novembro de 2015, defensores e entidades organizadas, como o Conselho da Mulher de Mogi das Cruzes, cobra a ampliação das políticas de proteção à mulher.
Maria Luzia morreu dez dias depois de ter grande parte do corpo queimado num acesso de fúria do ex-marido, que passou a ameaçá-la ainda mais fortemente, quando ela começou a trabalhar. A família morava no bairro do Rodeio. Maria Luiza deixou três filhas menores de 12 anos.
São em casos como esse, quando as recorrentes ameaças colocam em risco a vida da vítima, que a Patrulha Maria da Penha age para impedir o pior.
Tem crescido exponencialmente o número de assassinatos e agressões contra as mulheres no Brasil, uma comprovação balizada por pesquisas como o Mapa da Violência. A maior parte dos homicídios é praticada pelos próprios companheiros ou por familiares.
Desde 2013, a Lei do Feminicídio (de número 13.104) passou a classificar esse crime, descrito como a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, como um crime hediondo.
Maria Luiza foi uma vítima. Antes dela, também em 2015, o policial militar Alexandre de Souza foi apontado como o assassinato de Patrícia Santos de Jesus, de 23 anos, grávida de nove meses. Em liberdade desde então, na semana passada, ele foi detido, após ser acusado de estuprar uma menor.
Claudio Yukio Miyake Vereador 2023 - Todos os direitos reservados